Workshop “Estratégias para vencer a crise” em Leiria

Diversos especialistas passaram a pente fino a realidade empresarial portuguesa

11 de junho, 2012
Na procura de “estratégias para vencer a crise”, a AIPOR – Associação dos Instaladores de Portugal, realizou no dia 29, em Leiria, e em colaboração com a sociedade de advogados LAW.ace, um workshop onde diversos especialistas passaram a pente fino a realidade empresarial portuguesa.
Conscientes do momento particularmente difícil que é vivido de forma transversal por todos os sectores da economia, com enfoque nas empresas que se situam na fileira da construção, o workshop coordenado por Ricardo Bexiga, da LAW.ace, permitiu ver na crise uma oportunidade de mudança.

Para atingir tal desiderato, urge adoptar novas estratégias de reorganização e reestruturação empresarial tendo em vista a conquista de diferentes mercados.

Foram abordados temas como a definição de uma estratégia de gestão em tempo de crise; o desafio da reorganização e da reestruturação das empresas; estratégias de internacionalização; diversificação e especialização de negócios e novas soluções de financiamento.

De acordo com a vice-presidente da AIPOR, Celeste Campinho, a fusão e a internacionalização são estratégias que devem ser levadas em conta pelas empresas que dependem do sector da construção. Tudo porque, acrescentou, hoje "os grandes problemas dizem respeito à falta de obras e de liquidez".

Segundo Celeste Campinho há, contudo, problemas internos do país que urgem ser resolvidos rapidamente, desde logo os que respeitam ao atraso por parte do estado no pagamento às empresas do sector, a isso acrescendo a impossibilidade das empresas conseguirem financiamento bancário que, aliás, deveria ser motivo de uma linha de crédito bonificada.

Por sua vez, Ricardo Bexiga sustenta que a actual situação “é mais do que uma crise de liquidez”, sendo também uma crise de “organização e de competências de gestão”.

Ricardo Bexiga recorda que o tecido empresarial foi construído para garantir uma grande capacidade de produção, estratégia que hoje está a ter elevados custos por estar desajustada da procura interna.

Por isso, afirma Ricardo Bexiga, a estratégia para solucionar o grave problema passa pela consolidação e pela internacionalização. A primeira porque permite às empresas racionalizar custos e ganhar dimensão para competir em novos mercados, e a segunda porque abre novas e únicas oportunidades para absorver a capacidade e o know how das empresas portuguesas do sector, que são muito competitivas, sobretudo nos mercados emergentes.